História

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MÊDA, Onde o Douro encontra a Serra

O concelho da Mêda, “Onde o Douro Encontra a Serra”, é território rico em castelos e ruínas, casas brasonadas, pelourinhos, fragas e fontes com história e “estórias”. Com vales e socalcos povoados por vinhas, olivais e amendoais, Mêda é local com história em cada recanto, com lugares inesquecíveis.

A Natureza em estado puro que envolve o concelho, confere-lhe desde sempre uma áurea de magnificência que encantou gerações de povos e de credos. Por estas paragens, serpenteadas de socalcos de vinha em plena Região  Demarcada do Douro e  entre montes de granito e vegetação espontânea, resplandecem três magníficos castelos, o de Ranhados, o de Longroiva e o de Marialva, testemunhos incontornáveis da importância histórica destas terras nas guerras e batalhas da Idade Média, assim como as suas belas igrejas com destaque para as de São Tiago e São Pedro em Marialva, Santa Maria em Longroiva, São Bento na Mêda e São Martinho em Ranhados.

Gente de trabalho, de festa e de mil ofícios, os habitantes da Mêda e das belas vilas, aldeias e lugares que a compõem, perpetuaram nos séculos, antigos utensílios e deliciosos sabores artesanais da gastronomia beirã e duriense que não se esquecem de confeccionar em dias de romaria dos seus santos e padroeiros.

O seu valiosíssimo património não se forma apenas de imponentes pelourinhos ou fortificações castrenses, a herança cultural das hospitaleiras gentes do concelho, engloba as seculares artes de trabalhar o vime, a lã, o linho, o barro ou o metal, ofícios e saberes intemporais a que se juntam as receitas de milhos, cavacas de tijela, farta brutos, papas doces e filhós de joelho da sua rica e deliciosa doçaria regional.

Pinturas rupestres e outros achados mostram que a região terá sido povoada a partir de finais do Paleolítico, havendo vestígios dolménicos em Aveloso, Longroiva, Prova e Ranhados, sendo o documento pré-histórico mais importante a estátua-menir de Longroiva, confirmando a ancestralidade das Terras da Mêda.

Dos povos da época castreja que viveram nas imediações desta vila salientam-se os Aravos, na zona de Marialva, os Longobritas, em Longroiva, e os Meidubrigenses, na Mâda.

Os Romanos foram aqueles que mais exerceram aqui o fenómeno de aculturação. As calçadas, as pontes, as placas tumulares, os marcos milenários, as moedas, as aras votivas, as villae e os vicus e as civitas por eles construídas testemunham bem o seu esforço de nos romanizar, testemunhos da ligação com Roma, especialmente nas épocas dos césares Trajano e Hadriano.
Seguiram-se os povos «Bárbaros», os Suevos e Visigodos. Os Árabes, também aqui se fixaram até 1065, data em que Fernando Magno, Rei de Leão e Castela, conquistou a região.

A atual cidade da Mêda desenvolveu-se com a reconquista cristã do território e o estabelecimento nos começos do séc. XII, dum ermitério beneditino situado no local da igreja Matriz, perto do Morro do Castelo.

Durante a Idade Média, a Mâda era um povoado de dimensão reduzida, contrastando com as vilas vizinhas que hoje integram este concelho: Marialva, Ranhados, Longroiva e Casteição. Esta localidade era um cenóbio beneditino, situado no sopé de um morro granítico que assinalava a presença cristã e o direito ao celeiro.

Na reconquista cristã das Terras da Mêda, protagonizada por Fernando Magno em 1063, foram preciosos auxiliares os castelos do concelho de Mêda. Os pelourinhos e forais velhos e quinhentistas simbolizam a autonomia municipal e testemunham as alterações administrativas. O rei D. Manuel I outorgou o foral à vila de Mêda em 1519. O concelho na sua atual configuração foi reconstruído após a reforma do liberalismo. A criação do município é, assim, anterior ao séc. XVI. Constituído inicialmente por uma única freguesia, o concelho foi beneficiado por decretos sucessivos que nele integraram as freguesias atuais. Todavia, já em 1872, Meda apresentava-se como cabeça de Câmara, com efeitos administrativos, fiscais, judiciais e eclesiásticos, e a sua posição sai reforçada com a decisão judicial de Barjona de Freitas.

Até aí, várias alterações decorreram: Os concelhos do Aveloso, Casteição, Longroiva e Ranhados foram extintos por Decreto de 6 de Novembro de 1836. Marialva apenas foi extinto em 1852. A freguesia da Prova, que pertencia em 1855 ao concelho de Penedono, ficou a pertencer ao de Mêda em 1872. A Mêda restaurou a sua comarca (poder judicial) em 12 de Novembro de 1875; a partir de então, e até 1951, o dia 12 de Novembro foi feriado municipal. Atualmente, o feriado municipal ocorre em 11 de Novembro (dia de S. Martinho) desde 1974, tendo em atenção a importância de que se reveste a vinicultura para todo o concelho.

Mêda, até então Vila, foi elevada a Cidade em 26 de Janeiro de 2005, aprovado pela Lei n.º 6/2005 do Diário da República  N.º 18/2005, Série I-A de 26 de janeiro de 2015.

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