Percurso III – Por Terras de Coutinhos, Marialvas e Sampaios e Melo

Parta da Meda, em direcção a Marialva pelo lado nas­cente. A dois quilómetros, à esquerda, destaca-se a quinta do Dr. Cassiano, um empreendimento turístico. Marialva é uma vila antiquíssima, constituída por três aglomerados populacionais: a cidadela entre muros, que ainda no princípio do século XX era habitada, encontra-se hoje em ruínas; a vila, com características quinhentistas e a Devesa, que se estende para a planície, onde corre a ribeira de Marialva. As muralhas do castelo, de contornos irregulares, tomam a forma de um barco que parece navegar para Sudo­este, delimitam um espaço organizado segundo o traçado de três ruas provenientes das três portas das muralhas e que confluem para o largo central, onde se situam as ruínas do Paço do Alcaide, da Casa da Câmara, Cadeia, Cisterna e Pelourinho. Na zona mais elevada do interior das muralhas, poderá contemplar a Torre de Menagem, a Igreja Matriz de Santiago, e a Capela do Senhor dos Passos.

Numa das muralhas do castelo de Marialva, descubra um campanário românico da Igreja dos Templários. A encimar o campanário ainda se ergue a cruz dos Templários.

Na vila não deixe de visitar a igreja de São Pedro, do século XVII com magníficos altares barrocos em talha dourada e pinturas murais.

As casas da vila foram restauradas através do Projecto de Recuperação das Aldeias Históricas. O principal núcleo populacional de Marialva encontra-se na Devesa, onde surgiram vestígios da época romana como colunas, capitéis, inscrições, cerâmica e moedas. Deixe Marialva para ir dar uma volta pela Barreira. A Igreja Matriz, a Capela de Nossa Senhora dos Milagres, a Capela de São Sebastião, a fonte de mergulho, no Lameirão, os moinhos de água da ribeira de Marialva, o forno comunitário e a Casa da Cerca são alguns dos monumentos que poderá visitar.

Deixe a Barreira na direcção da Coriscada. Do patri­mónio desta freguesia repare em duas casas solarengas: a dos Menezes também chamada, Casa da Chaminé; e o solar da Casa Grande, dos Viscondes da Coriscada.

Suba ao monte de Santa Bárbara, sobranceiro à aldeia e encimado com uma ermida dedicada àquela Santa e desfrute de uma paisagem de beleza agreste que se estende da Serra da Marofa aos montes de além Douro e do Castelo de Marialva à distante Guarda. Os seus campos de vinhedos, oliveiras e pinheiros e o rio Massueime, que lhe faz fronteira, poderão proporcionar-lhe retiros de silêncio e agradáveis e descontraídos passeios ao ar livre e de contacto com a natureza. Na ribeira do Massueime poderá exercer a actividade piscatória, as espécies mais encontradas são o robalo e a boga.

Retome a EN 324 e a EN 102, e parta em direcção ao Rabaçal. Entre no adro e visite a Igreja Matriz, um belo templo de construção rocócó. Como elementos caracte­rísticos deste estilo, a Igreja apresenta a torre sineira terminada por cúpula buldosa, à maneira da Europa Central e Oriental, aqui talhada com o duro granítico da região. A Igreja possui numerosas peças artísticas, entre elas duas cruzes processio­nais. Na aldeia existem dois solares da Família Sampaio e Melo que poderá visitar, o solar da quinta de Bacelada e o solar do Morgado. Não deixe o Rabaçal sem visitar a fonte barroca.

Retome de novo a EN 102 em direcção à Meda e faça uma curta paragem na freguesia do Carvalhal. Situada num vale verdejante é hoje uma terra pequena, mas de grandes tradições. Na sua Igreja Matriz, datada do século XVIII, não deixe de admirar o tecto em caixotões da Capela-mor. O abastecimento de água foi em tempos idos solucionado através da ainda bela fonte romana.

Volte à estrada para visitar Valfor. Para além da Igreja Matriz, destacamos as ermidas de Santo António, Santa Bárbara e de Na Sra da Saúde, uma jóia do rocócó, edificada em 1818.