Localização

Casteição integra o concelho da Meda e faz parte da Diocese de Lamego. Está situada no extremo SO do município, no seu limite com o de Trancoso. Dista 11 quilómetros de Meda e encontra-se na margem direita da Ribeira Teja, a reduzida distância das localidades de Terrenho, Mendo Gordo e Torre do Terrenho, tendo para NE Paipenela, Valflor e a sede do concelho. Compreende o lugar de Chãos, antiga quinta das Chãs, a quinta do Rovico e outras, como as quintas ou casais do Figueiredo, Fonte Fria, Salgueiro, Escudeiro, Lameirões, Moiratão, Vale do Rubro, Moinho da Ponte de Bicha e Moinho da Barranca.

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Notas Históricas

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Igreja Matriz, do orago de Nossa senhora da Assunção, é do século XVIII e possui três altares, sendo os colaterais dedicados a S. Sebastião e à Senhora do Rosário. Segundo a informação prestada pelo respectivo Pároco em 1758, o seu alta mór era considerado majestoso, sendo sobreposto com as Armas de Portugal e a Coroa Real. A capel mór, da época de D. João V, notabilizava-se como um das mais magnificentes da periferia. O Prof. Dr. Adriano Vasco Rodrigues considera o alta mór desta Igreja como o mais importante de entre todos os do concelho da Meda.

A paróquia, antiga abadia de Santa Maria de Casteição, provém pelo menos do século XII, pertencia-lhe o curato de Outeiro de Gatos, sua filial, e era do provimento alternado do Rei e do Bispo de Lamego.

Devem citar-se as antigas ermidas de S. Pedro e a dedicada a Santo Amaro, nos Chãos, de mui remota fundação, que se situa em ponto elevado, favorável á defesa castreja, e a chamada Nossa Senhora de Vila Maior (suposta suevo-visigtótica), entre Casteição e Outeiro de Gatos, que terá sido a primeira e de ascendente paroquial neste extenso território longitudinal do ribeiro do Vale do Covo, cuja localização terá sido preterida pela actual, ante as reduzidas limitações de Vale de Ladrões (hoje, Valflor) ou Paipenela. A romaria a Nossa senhora de Vila Maior tem lugar na segunda feira do Espírito Santo. A denotar reminiscências ligadas aos caminhos e peregrinos de Santiago de Compostela, existia no caminho de Sernancelhe, entre Casteição e Mendo Gordo a quinta do Palmeiro, designação pela qual eram conhecidos os peregrinos e onde se terá fixado um destes apoios caminheiros.

Casteição realiza desde tempos medievais a sua feira anual a Santo André, a 30 de Novembro, e uma feira mensal no último Domingo de cada mês.

No aro da freguesia há idílicas paisagens, sobretudo nas proximidades da Ribeira Teja, onde se implantaram inúmeras azenhas, desde a Ponte dos Caniços até ao Moínho do Tinto, diante da Quinta de Matamá.

Pela abundante arqueologia castreja, na sua área e imediações, Casteição denota ter sido um primitivo povoamento pré-histórico. Não fica distante a “Civitas Aravorum” (Marialva) deste castro – Castai(n)ciom – que foi uma das pennelas roqueiras da estremadura do século X, que a condessa D. Chamôa possuía por herança de seus pais, os condes Rodrigo e Leodegúncia e que, por testamento, em 960 legara ao Mosteiro Vimaranense, do qual passou depois para a Coroa, na primeira metade do século XII.

A origem do nome de Casteição é tema para especialistas, que se perdem em conjecturas e propostas histórico-linguísticas dignas de interesse. Castro Castai(n)ciom / castra itio, ir socorrer-se em abrigo; de que “Casta são” (in Abel Joaquim Marques, “Um grão de areia”, pag. 24, editora UNICEB – Brasil – 1990); > Castaicion > Castreição Casteiçom Castreiçam > Crasteição > Qasteiçam > Casteição (in Albertino Marques, Casteição, ed. Câmara Municipal da Meda, 2000).

O seu primeiro foral foi-lhe outorgado pelo Rei Povoador, D. Sancho I, em 30 de Julho de 1196. D. Afonso II reafirmou-lhe o foral em 11 de Novembro de 1217, e nova confirmação recebeu depois de D. Sancho II em 1234.

No século XVI o prestígio do concelho de Casteição, que incluía a freguesia de Outeiro de Gatos, começa a decair, até que, o Decreto 23, de 16 de Maio de 1932, extingue a autarquia e integra-a no concelho da Meda, ficando, entretanto, a pertencer à comarca de Trancoso.

Sobre a importância desta verdadeira e pouco conhecida “jóia histórica” vale a pena ver o que dela se refere nas obras: “Terras da Meda – Natureza e Cultura”, do Prof. Dr. Adriano Vasco Rodrigues; “Casteição – Contributo para o estudo da história e da arqueologia” do Dr. Albertino Marques, e “O Concelho da Meda – 1838/1999”, do Dr. Jorge Lima Saraiva.

Área: 1.283 Ha a

Orago: Srª  Assunção

Distância da Sede de Concelho: 12 Kms