Município de Mêda assinalou o “25 de Abril”

Município de Mêda assinalou o Município de Mêda atribuiu o nome de “25 de Abril” a uma nova avenidaO Município de Mêda atribuiu o nome de “25 de Abril” a uma moderna e ampla avenida nova da área urbana da cidade no dia em que se assinalaram os 35 anos da Revolução dos Cravos.

O Presidente da Câmara Municipal, João Mourato e o Presidente da Junta de Freguesia de Mêda, António Vieira, descerraram a placa toponímica, numa cerimónia simples em que participaram os eleitos da Assembleia Municipal, autarcas e munícipes.

O Presidente da Câmara Municipal, João Mourato, evidenciou na circunstância o facto de esta avenida ter sido planeada há muito tempo, presumivelmente em 1974, sendo enobrecida, logo num dos extremos, pelo monumento ao Combatente, dedicado aos que serviram Portugal nas ex-Colónias Portuguesas.

O local sofreu um arranjo e ajardinamento, melhoramento que foi extensivo a várias rotundas de Mêda que assim ficam mais atractivas.

A atribuição do nome “25 de Abril” à avenida nova de Mêda inseriu-se num programa que a autarquia organizou para comemorar o Movimento dos Capitães e que incluiu uma sessão solene em que o Professor Adriano Vasco Rodrigues, director jubilado da Escola da União Europeia em Mool (Bélgica), de que foi o primeiro director português durante oito anos, proferiu uma conferência alusiva à data.

Numa intervenção em que abordou o significado da data e centro a sua intervenção em dois pontos que considerou fundamentais: A Educação e a Justiça.

Sobre o primeiro tema, o Professor Adriano Vasco Rodrigues disse que “a instituição escolar é vista em todas as civilizações como elemento base indispensável para a formação e criação de convicções, na defesa dos valores humanitários e dos Direitos Humanos, que permitam criar na pessoa o sentimento de Justiça, de responsabilidade individual e sentido dos outros”.

Mas lamentou que “ a Escola, como instituição pública, deteriorou-se. O professor, como formador, foi burocratizado pelos políticos, perdendo mais tempo a preencher papelada para informar os superiores hierárquicos do que a formar os educandos. A razão de ser desta escola não é os professores mas os alunos. A Família, de uma maneira geral, demitiu-se das suas funções formativas, pelo que o grande problema da Educação em Portugal é o da educação dos encarregados de educação”.

O Professor Adriano Vasco Rodrigues afirmou ainda que “não há Democracia viável sem uma autêntica Educação e Cultura da Democracia. Esta cultura liga-se a quatro conceitos fundamentais: o Civismo, a Tolerância, a Educação propriamente dita e a livre Comunicação e Ideias”. O Civismo não é um subproduto mas um pressuposto da Democracia, baseado no amor à verdade e na responsabilidade livremente assumida no respeito ao próximo e à causa pública”.

Sobre a Justiça ao afirmar que “ os juízes são independentes à base da Constituição. Este é um princípio da separação dos Poderes e do exercício da Justiça. Para tornar a Justiça ainda mais independentes, os Juízes não são agentes do Governo e os cidadãos têm direito a recorrer a outro tribunal”.

Disse também que “ o papel da Justiça é de solucionar as querelas e os diferentes e assegurar a defesa da sociedade contra os delinquentes e os criminosos. O Estado confia um papel moral aos Juízes. Lamentavelmente são muitas as críticas que se vêm fazendo á Justiça, aos longos atrasos dos processos e à actuação de alguns Juízes e Juízas”.

Concluiu dizendo que “ tudo se deve fazer, apesar das razões de queixa, para prestigiar e respeitar a Justiça, pugnando para que as leis sejam bem-feitas e bem aplicadas, pois na Justiça reside a esperança de proteger e defender a Democracia e dar sentido aos ideais pelados pelo 25 de Abril”.

O Presidente da Assembleia Municipal de Mêda, Paulo Romão, abordou os temas de actualidade, nomeadamente o desemprego que afecta milhares de pessoas, o papel dos políticos sobre o qual disse que “ 70 por cento das pessoas não se revê nos partidos políticos e não acredita nos políticos argumentando que estes defendem “ os seus interesses particulares e não os das pessoas”.

Paulo Romão lamentou que hajam milhares de jovens “ sem vislumbrarem uma saída para o emprego” o que disse ser “ muito preocupante”.

O Presidente do Município salientou, a propósito desta data, que o 25 de Abril “representa o ressurgir dos Direitos, Liberdades e Garantias e dai que seja uma data que deve ser vivido por todos e assinalado com a devida solenidade”.

“O 25 de Abril deu aos portugueses muito: a Democracia, a Liberdade, o desenvolvimento e sobretudo uma realidade que é o Poder Local que foi o motor do progresso, da melhoria de condições de vida das populações”

O Presidente do Município de Mêda perguntou mesmo “que seria de muitas terras se não fosse o Poder Local Forte”.

As comemorações do 35º aniversário do 25 de Abril encerraram com a actuação na Casa Municipal de Cultura do Grupo de Canto e Danças de Oeiras.