Ontem, domingo, 25 de julho foi dia da cerimónia da atribuição do nome Dr. Manuel Daniel ao Parque Municipal da Mêda.
No auditório da Casa Municipal da Cultura Anselmo Sousa, Presidente da Câmara Municipal da Mêda, abriu a sessão perante um anfiteatro repleto, em conformidade com as normas impostas pelo Plano de Contingência. Ao falar da justiça da homenagem que o executivo por si presidido resolveu levar a efeito o edil lembrou o ilustre medense, o escritor polivalente, prolixo e de qualidade literária por todos reconhecida que expressa na obra literária o seu profundo amor pela Mêda e pelos medenses.
Gustavo Duarte, Presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Foz Côa também marcou presença visto os dois municípios vizinhos terem acordado fazer uma edição conjunta, ampliada e comemorativa do livro “Caminhada Imperfeita”. Na sua preleção descreve Manuel Daniel como aquele que conseguiu como raramente acontece traduzir a alma duriense com palavras simples carregadas de emoção, de realismo, da incauta descoberta da contemplação da natureza e do ser humano, no fundo das interrogações e dos fenômenos sociais e, conclui, com a sugestão de um prémio literário com o nome do poeta Manuel Daniel, comum aos dois municípios.
João Jorge Lourenço, Presidente da Assembleia Municipal da Mêda, foi intercalando os discursos com declamações de alguns poemas do homenageado, o último dos quais “Labirinto”, incluso no livro “Porta do Labirinto”. Jorge Saraiva fez a apologia de Manuel Daniel identificando aspetos do seu perfil que mais o notabilizaram. A Carlos Pedro caberia entoar poemas musicados do escritor como “Bola de Sabão”, para gáudio do público presente.
Na parte final Paula Neto na qualidade de moderadora passou a palavra ao público, do lado da Mêda João Heitor num testemunho emocionado mencionou que Manuel Daniel estaria ao nível de escritores como Torga e Aquilino. Emília Batista veio de Foz Côa e solicitou a sua participação de modo a recitar algumas quadras da sua autoria, nas quais descreveu características abonatórias, fazendo o elogio do escritor.
Finalmente João Pedro Daniel, neto do escritor, agradeceu a todos os que contribuíram para a realização da homenagem revelando ainda episódios curiosos que resultaram da convivência mantida com o avô.
Foi distribuído o livro “Caminhada Imperfeita” tendo posteriormente os participantes seguido a direção do Parque Municipal onde foi descerrado o busto, uma escultura em bronze de Lopes Cardoso e as quatro mesas expositoras em inox, com poemas selecionados do escritor.
Os familiares e amigos dirigiram-se ainda para o local do Parque onde está patente a exposição “16 Bibliotecas, 16 Autores”, uma exposição itinerante que está a circular por todos os concelhos da CIM Beira e Serra da Estrela.
Fica assim mais enriquecida a toponímia da cidade da Mêda, o Parque passa a ter mais um motivo de visita, agora sob o ponto de vista literário, fez-se a devida justiça a uma personalidade incontornável da história recente da Mêda.